Eu estava sozinha...
Eu estava perdida...
Eu estava triste...
Encolhida em um canto escuro e frio...
Isolada do resto do mundo...
Com medo do que o destino me reservou...
Sentada abraçando minhas pernas.
Lagrimas correndo pelo meu rosto.
Uma dor no coração e um peso na consciência.
Fecho meus olhos para tudo e para todos.
Não quero mais saber desse mundo.
Onde existe apenas a dor da perda.
Como alguém consegue aguentar aquilo?
Se sentir inútil diante daquela situação?
Sem poder fazer nada, apenas observar a dor.
Mas a dor chegou ao fim,
Junto com a sua vida.
Naquela madrugada.
Chorar se tornou um habito.
Isolei-me do mundo.
De tudo e de todos.
Mas havia duas pessoas que não queriam que eu desistisse.
Havia duas pessoas que queriam que eu voltasse a sorrir.
Que queriam me animar.
Naquele dia eu vi que nem tudo é preto e branco.
Nem tudo é dor.
Nem tudo é sofrimento.
Ainda tenho aquela dor no coração.
Ainda tenho aquele peso no peito.
Ainda carrego aquela tristeza.
Mas vi que não posso viver assim.
Vi que posso dividir essa dor com alguém.
Vi que mesmo na escuridão haverá uma luz no fim.
Que mesmo que eu me esconda.
Haverá alguém a minha procura.
Alguém que se preocupe comigo.
Se eu estiver no escuro, você vai trazer uma lanterna.
Se eu estiver caindo, você vai me levantar.
Porque eu faria o mesmo por você.
Se você cair, eu te defendo de quem te derrubou.
Se você pular, eu pulo junto.
Eu faria tudo isso, porque você faria o mesmo por mim.
Marilia R.